
ARCANO 9 - O EREMITA
O caminho deve ser percorrido solitariamente. Ninguém pode acompanhá-lo nessa busca de si pelo seu mundo da vida interior.
A solidão é um sentimento de autoabandono que agora não existe mais, pois o Eremita está pleno da paz que encontrou em seu interior. Uma luz interna o guia por esse novo caminho; essa luz é a sua própria sabedoria, aquela voz silenciosa que ressoa na sua mente; que vem do coração. O que era solidão agora é solitude, um estado de paz e bem-estar consigo mesmo.
Os inimigos externos continuam lá, dentro ou fora, mas já não o atingem mais. O Eremita pode olhar para dentro de si e pode continuar olhando para fora também, mas agora com uma nova perspectiva. Ele obteve um significativo progresso no seu desenvolvimento e já não se importa mais com os resultados na sua meta de se tornar um iniciado.
O que importa é o momento presente e a paz que lhe acalma o coração. O recolhimento é necessário para restaurar as forças da alma, e isso deve se tornar um hábito diário e uma prática constante por meio da meditação.
Aqui está o segredo da iniciação – não falar cedo demais sobre as coisas que já aprendemos. O perigo está na falsa presunção de ter se tornado melhor que os outros. Ter alcançado certo progresso no desenvolvimento espiritual não significa ter se tornado melhor que os outros; qualquer comparação é tropeço certo no caminho.
Chegou o momento de compreender que o bem e o mal andam juntos – esse é o enigma do Eremita.